Unico SENHOR E SALVADOR

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sábado, 16 de dezembro de 2017

O Uber e o adultério


Um empresário do sul da França está processando o Uber e pedindo uma indenização assombrosa de 45 milhões de euros por danos morais... Então, o que aconteceu?

O homem estava traindo a sua esposa, e em várias ocasiões usou seu smartphone para solicitar um motorista para levá-lo a casa da amante. Apesar de sair do aplicativo, o software continuou enviando notificações para o telefone revelando seu histórico de viagens e, finalmente, despertando as suspeitas de sua esposa. Ela se divorciou dele, pelo motivo
bastante sólido de adultério.

E agora, com toda a arrogância de alguém que queria ter seu bolo e comê-lo sem consequências, ele está tentando culpar Uber pela bagunça na sua vida.

Seu advogado disse depois de aceitar o caso: "Meu cliente foi vítima de um bug em um aplicativo. O erro causou problemas na sua vida privada".

Verifique a linguagem: "Meu cliente foi uma VÍTIMA" - com certeza a esposa prejudicada e traída era a VÍTIMA! O 'bug' causou os problemas? Sério?!? O Bug?? Que tal tua INFIDELIDADE?

A “falha” no software só revelou o problema em sua vida privada. Não o causou. Mas, como uma criança que tropeça sobre um brinquedo e depois chuta o brinquedo dizendo "brinquedo estúpido, brinquedo mau” - então ele põe a culpa em tudo e todos, mas não no lugar certo.

Por mais ridículo que seja, é o que todos nós fazemos. Nós procuramos alguém para culpar em vez de levantar nossas mãos e dizer: "Eu estava errado, eu sou culpado...".

Presidentes, políticos, funcionários do governo, policiais, banqueiros, clérigos, médicos, professores, alunos, maridos, esposas, pais, filhos - quanto mais claro seria o ar se pudéssemos engolir nosso orgulho e dizer isso. Em vez disso, dobramos a aposta; partimos e proclamamos nossa inocência. Ou pelo menos uma justificativa que achamos atenuar a culpa que é só nossa. Nós nos envolvemos em analisar nossas ações como uma fábrica elaborada de mentiras.

Isso é assim pois vivemos em uma cultura de vitimismo, não uma cultura de admissão. "Não é minha culpa - eu sou vítima das circunstâncias, um erro no software." "Não é minha culpa - eu sou um produto da minha educação". "Se eu tivesse tido diferentes oportunidades eu seria uma pessoa diferente". “Não é minha culpa, são os processos químicos no meu cérebro... é o desequilíbrio no meu cérebro... são os hormônios...” Até que reconheçamos que também temos a responsabilidade, não temos como encontrar uma solução.

Há uma ótima citação de Sean Connery no filme Sol nascente (1993), ele diz: "Corrija o problema, não a culpa". Nosso modo padrão é "Corrija a culpa; ignore o problema".

Quando foi a última vez que você levantou sua mão e disse: "Perdão, isso é minha culpa"?

E quando foi a última vez que você disse isso a Deus? Sem mencionar mais nada ou mais ninguém, ou hormônios, desequilíbrio químico no cérebro... como atenuante? O que fazemos um com o outro é um reflexo do que fazemos com Deus - sempre uma desculpa para o fato de não termos seus padrões. Não vivermos em tudo para Sua Glória.

A ironia é que, se abandonássemos as desculpas e admitíssimos a verdade de Seu veredicto: "culpado", há esperança de uma transformação completa e duradoura chegaria. Mas começamos a nos “tornar” apenas pessoas que imaginamos ser, não quem somos.

“Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as fornicações, os homicídios, Os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem.” 
- Marcos 7:21-23

Para aqueles que já pediram a Deus para lidar com sua culpa através de Jesus, com que frequência ainda levantamos a mão, seja para Deus ou para os outros, e falamos: "Perdão, eu sou culpado"? Ou agimos como se nossa justificação fosse nossa santificação? Como se a salvação fosse só Justificação? Como se o veredicto "Não culpado" fosse um veredicto "sem problemas com o pecado"? 

Intelectualmente, podemos não confundir as duas doutrinas ( hoje, infelizmente, nem isso podemos dizer da maior parte da igreja visível ), mas funcionalmente e na prática, quando o pneu atinge a estrada, quer na nossa vida de oração, quer em nossas interações com os mais próximos a nós - como temos sido bons em admitir a culpa? Sem começar a falar em circunstâncias, pessoas, hormônios, desequilíbrios químicos no cérebro, igreja... De todas as pessoas, os cristãos deviam ser os melhores nisso. Aqui é onde podemos ser sal e luz em uma cultura de vitimismo.

A cultura do vitimismo é totalmente incompatível com a obra da Santificação. E onde não há obra da Santificação, não se engane, não houve Justificação.

James Hamilton (1814-1867) – olhando para casas cobertas de neve no inverno, nos mostra algo essencial para a vida espiritual. Ele diz: 

“Em uma manhã de inverno, eu tenho notado uma fileira de casas de campo com uma grande camada de neve em seus telhados... mas com o passar do dia, grandes fragmentos de neve começam a cair a partir do beiral mais e mais a medida que a manhã avança. Até que, como uma avalanche, todo o monte de neve do telhado deslizou sobre as calçadas... e antes do pôr do sol, eu podia ver cada telhado tão limpo e seco como se fosse véspera do verão.

Mas eu pude observar, que aqui e ali, havia casas com seu manto de neve ainda sobre seus telhados com um colar de gelo duro em torno dele que o impedia de cair.

O que fez a diferença? A diferença era o que se encontrava dentro!

Algumas dessas casas estavam vazias, ou o solitário morador delas se encolheu quieto por não haver lenha para sua lareira, enquanto o lar povoado, com fogo na lareira, agitação, atividade... criou tal calor interior, que o inverno externo e sombrio não pode sustentar o gelo, perdeu seu controle e a massa de gelo não pode continuar presa a casa. O gelo caiu e foi pisado nas calçadas.

É possível, por um processo externo, empurrar grande parte do volume de neve do telhado gelado com esforço, parte por parte. Mas ele vai se formar de novo. Ele precisa de um calor interior para criar um degelo total.”


Assim, por processos diversos, um homem pode se livrar da conduta ( todo o peso ) dos pecados visíveis, mas ele precisa de um calor interno e escondido, um calor vital dentro, para produzir uma tal separação entre a alma e as suas iniquidade que o afligem. Esse calor é o amor de Deus derramado em abundância – o brilho (como as lareiras acesas e a atividade naquelas casas) gentil que o Consolador difunde na alma da qual Ele faz Sua casa. 

Sua habitação derrete a alma e os seus pecados favoritos em pedaços, que despencam como a neve naqueles telhados, e faz com que a indolência, outo-indulgência, racionalizações... caiam dissolvidos pelo calor interno gerado por Ele, caiam de um coração se dissolvendo em amor na contemplação da beleza da Sua santidade... esse é o fogo que tudo derrete... que pecados favoritos poderiam permanecer?

A santidade não é algo opcional. Acreditar na verdade bíblica da Soberania de Deus, na Graça soberana... aponta para o imperativo da santificação. O mundanismo em quem fala sobre a graça é sempre fruto da separação impossível da graça e da verdade, como se fossem coisas antagônicas. A manifestação da glória de Deus em sua perfeição em Cristo e em toda a Palavra mantém sempre estas duas coisas juntas: 

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” 
João 1:14

A nossa santidade foi planejada por Deus na eternidade: 

“Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens, Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente” 
- Tito 2:11-12 

É assim que a graça se manifesta. A graça de Deus se manifestou e isso sempre produz santidade. A “graça de Deus se manifestou” aponta, é uma referência a Cristo. Ele já veio e esse plano eterno mostra que a nossa santidade é fruto de planejamento eterno.

A linguagem junto com a eleição sempre é esta – aponta para a santidade, “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade” - Colossenses 3:12 – e qualquer ensino das Doutrinas da Graça que não apontem para isso, mas como uma liberdade para ser e viver como o homem natural, caracterizado pela sociedade que nos cerca, é uma grosseira falsificação da Verdade, o que não tem sido incomum nestes dias.

A santidade está enraizada no conselho eterno de Deus: 

“Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho” 
- Romanos 8:29 

O propósito divino é mostrados na nossa conformidade a Cristo. Isto nada mais é que Santidade. A semelhança com Cristo é a santidade, e é de suma importância isso ficar claro para nós. Podemos ter inúmeras habilidade, conhecimento teológico, capacidade intelectual, habilidades na comunicação, mas se não há semelhança com Ele, não há santidade.

Como podemos saber que fomos eleitos, pergunta John Owen – A resposta sempre vem – Deus destinou que você seja santo? Ainda temos um combate com o pecado mesmo sendo homens regenerados, e sem a Graça nós falharíamos completamente neste combate, mas o plano eterno de Deus é o impulso e poder necessário e suficiente para o crescimento em santidade.

A imagem de Deus foi quebrada no homem quando este pecou – a obra eterna de Deus visa exatamente nos livrar de tudo que não é Cristo em nós, santificação! O propósito de Deus é que sejamos à imagem de Seu Filho, e a isto fomos eleitos e predestinados. Em Romanos, Paulo continua dizendo que NADA vai frustrar esse plano – Satanás?... Quem pode ficar no caminho de Deus? 

Quem pode destruir Seu propósito? Em seu poder Onipotente e Soberano Deus em seu plano restaura o universo para que ele reflita Cristo. Ele “desconstrói” os eleitos e reconstrói nosso caráter, vida... para sermos semelhantes a Cristo. Deus está determinado que você (se de fato é igreja de Cristo) vai ser transformado na mesma imagem de Cristo. Santidade nos eleitos de Deus não é uma ameaça, mas um motivo de alegria, adoração, humildade... porque a santidade foi comprada pela obra perfeita de Cristo para todos aqueles que Deus chamou eficazmente.

Precisamos ver que o papel de Cristo na santificação se estende para muito além da compra somente, a santidade foi adquirida por Cristo – não como um trabalho adicional, Justificação e Santificação estão ligadas entre si e inseparáveis. Minha santificação é tão comprada como qualquer outro aspecto da salvação. Podemos ficar tão focados no sangue de Cristo que perdoa, que perdemos de vista que ele também compra a nossa santificação e santidade. 

Não há nenhuma benção no Evangelho que vem de algo além de Cristo e este crucificado. Nós não recebemos nada ( e nem poderíamos ) que Ele não tenha comprado por sua obediência e expiação: 

“E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão. 

Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão. Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo.” 
- Hebreus 2:14-17

A morte de Cristo é uma realidade multifacetada, e isto é assim porque o pecado não é uma massa única e independente em nossos corações, mas o pecado é tecido multidimensionalmente em nossas vidas. A salvação no Sangue derramado na Cruz é uma perfeita expiação que corresponde a esse pecado. 

Estamos indo para sermos um dia totalmente santificados – o que significa que não haverá nenhum vestígio de pecado em nós – e esse processo poderoso e infalível em todos os que Deus elegeu, começa imediatamente no momento que o homem é regenerado: 

“que se entregou a si mesmo por nossos pecados a fim de nos resgatar desta presente era perversa, segundo a vontade de nosso Deus e Pai” 
Gálatas 1:4

Muitas vezes o entendimento das pessoas sobre a cruz é completamente superficial – temos que enxergar as múltiplas dimensões do pecado e entendermos claramente as múltiplas dimensões da obra feita na cruz: 

“Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença.” 
- Efésios 1:4

“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade” 
- Colossenses 3:12

Voltando a James Hamilton (1814-1867)

Há um habitante na casa?
Ele está agindo?
A lareira está acesa?
Há calor interno?
Como o gelo poderia permanecer no telhado?


Todo pecado entra em colapso!!!

Phonte: Josemar Bessa

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