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domingo, 18 de junho de 2017

A doença da luta de classes

Luta de classes (Epoch Times)

Uma crença coletiva, enraizada nas origens do comunismo, partilhada pelas democracias atuais

Quando a União Soviética desmoronou, Ryszard Legutko, o ministro da educação da Polônia, teve uma impressão – compartilhada por muitos – a respeito da Polônia que transitou do comunismo para a democracia: ainda parecia o comunismo.

“O novo sistema começou a apresentar sintomas que a maioria dos analistas políticos ignorou e que alguns, inclusive eu, acharam mais perturbadores”, afirmou em seu recente livro “O Demônio na Democracia: Tentações Totalitárias nas Sociedades Livres“.

Ele escreveu: “Por incrível que pareça, o último ano do declínio do comunismo teve mais do espírito de liberdade do que o período após o estabelecimento da nova ordem”. Os dois sistemas, disse ele, pregam uma ideologia que tenta dizer a cada pessoa “como pensar, o que fazer, como interpretar acontecimentos, com o que sonhar, e que linguagem usar.”

A triste realidade é que quase todos os sistemas políticos compartilham elementos que estão na raiz dos sistemas totalitários, incluindo o comunismo. Ao longo de toda a modernidade no Ocidente, sempre houve uma tensão entre as crenças tradicionais e as novas formas de pensar, mas o comunismo pedia uma ruptura com o passado forçada pelo governo.

“Os dois sistemas geram – pelo menos em suas interpretações ideológicas oficiais – uma sensação de libertação dos velhos laços”, afirmou Legutko.

Ele descreveu o comunismo “como um sistema que deu novo início à história” e como uma prática “contra a memória”. Aqueles que se opuseram a essa destruição de tradições e crenças pela força também estavam “lutando em defesa da memória contra o esquecimento, muito cônscios de que a perda da memória reforça o sistema comunista por tornar as pessoas indefesas e maleáveis”.

As raízes desses sistemas modernos nasceram com ideias políticas que vêm se desenvolvendo em nosso mundo há mais de 150 anos. É uma ideologia baseada na destruição do velho mundo, na criação de um novo e na coerção de quem se opõe a ele.

O comunismo tem como objetivo instilar nas pessoas o ódio ao divino, espalhar a descrença em tudo que não esteja nele mesmo e criar uma cosmovisão baseada no conflito.

“O Manifesto Comunista” (1848) afirma que o comunismo “abole as verdades eternas, abole toda a religião e toda a moralidade”. A seguir, oferece uma nova visão deformada do mundo sob a ideia de que a história da sociedade é a da “luta de classes”.

Trata-se de uma ideologia que tomou o poder alterando nosso entendimento do passado e jogando-nos uns contra os outros.

Uma história sangrenta

O socialismo, o comunismo e o fascismo fundamentam-se nas mesmas ideias: economias de planejamento centralizado nas quais o governo controla todos os meios de produção e mantém um profundo controle sobre as escolhas diárias do indivíduo. As lealdades dentro desses sistemas são garantidas através de uma cruzada artificial e interminável contra os “inimigos de estado”.

A história do socialismo remonta à Revolução Francesa em 1789. De Paris, o socialismo se espalhou por toda a Europa, como detalhado no livro de Moritz Kaufmann, “Socialism, Labour, and Capital”, de 1890. O comunismo e o fascismo viriam depois.

Karl Marx, enquanto isso, trabalhava para espalhar a ideologia socialista. Ele fazia parte de publicações socialistas, incluindo a Rhenish Gazette e os Deutsch-Französische Jahrbücher, publicados em Paris. Assim, em 1848 Marx e Friedrich Engels escreveram “O Manifesto Comunista”, que defendia um movimento mais agressivo baseado na ideia de revolução violenta.

O manifesto foi publicado pouco antes das revoluções socialistas que varreram a Europa em 1848.

Victor Hugo, autor de “Os Miseráveis”, expressou suas opiniões sobre esses movimentos numa declaração publicada em maio de 1848. Ele afirmou que “o socialismo, ou a República Vermelha, é uma só unidade; por isso derrubaria a bandeira tricolor francesa e hastearia a vermelha.”

“[O socialismo] levaria à bancarrota generalizada”, escreveu Hugo. “Arruinaria os ricos sem enriquecer os pobres. Destruiria o trabalho, que dá a cada qual seu pão. Aboliria a propriedade e a família. Marcharia com as cabeças dos proscritos em lanças, encheria as prisões com os suspeitos e as esvaziaria com os massacres.

“Transformaria a França no país das trevas. Estrangularia a liberdade, sufocaria as artes, silenciaria o pensamento e negaria Deus.”

A ideologia, difundida por toda a Europa e inflamada ainda mais pelos ensinamentos de Marx, constituiu a base dos regimes totalitários violentos que assombraram o século XX – incluindo aqueles governados pelo Partido Nacional-Socialista sob Adolf Hitler, o Partido Comunista da União Soviética sob Josef Stalin, e o Partido Comunista Chinês sob Mao Tsé-Tung.

O líder italiano Benito Mussolini, um ex-marxista, transformaria essas ideias num novo sistema conhecido como fascismo. Em sua autobiografia de 1928, ele o classificou como um sistema sob o qual cada cidadão “não é mais um indivíduo egoísta que tem o direito antissocial de se rebelar contra qualquer lei da Coletividade”.

Hitler adotou o fascismo em seu Partido Nacional-Socialista e declarou em 1933 que, sob seu sistema, todo proprietário “deveria considerar-se empregado do Estado” e que “o Terceiro Reich sempre manterá o direito de controlar os proprietários”.

Em “The Concise Encyclopedia of Economics“, Sheldon Richman descreveu o fascismo como “um socialismo de verniz capitalista” e observou: “O antagonismo dos líderes fascistas ao comunismo foi mal interpretado como uma afinidade pelo capitalismo”, quando a verdade era que Hitler via o comunismo como “seu rival mais próximo no que se refere à submissão das pessoas”.

“Como no comunismo, sob o fascismo todo cidadão era considerado um empregado e inquilino do Estado totalitário de partido único”, afirmou Richman. “Consequentemente, era prerrogativa do Estado empregar a força, ou ameaçar usá-la, para suprimir até a oposição pacífica”.

Enquanto a facção bolchevique do comunismo estava assumindo o controle na Rússia, o autor G.K. Chesterton começou a publicar um novo jornal semanal em março de 1925. Nele, ele alertou sobre o surgimento de uma nova era de totalitarismo – cujos elementos, segundo ele, poderiam ser encontrados em quase todos os sistemas políticos modernos.

No primeiro artigo da primeira edição do G.K. Weekly, ele escreveu: “O que está por trás do bolchevismo e de muitas outras coisas da modernidade é uma nova dúvida. Não é simplesmente uma dúvida sobre Deus; é, especialmente, uma dúvida sobre o Homem.

“A velha moral, a religião cristã, a Igreja Católica diferiam de toda essa nova mentalidade porque elas realmente acreditavam nos direitos dos homens. Isso é, acreditavam que os homens comuns estavam munidos de poderes, privilégios e de certa espécie de autoridade”, escreveu ele.

“Agora, em relação a essas coisas elementares em meio às quais a velha religião confiava no homem, a nova filosofia desconfia completamente dele. Ela insiste que ele deve ser um tipo muito especial de homem para ter qualquer direito nessas matérias; e, sendo ele esse tipo raro, tem o direito de governar os outros mais do que a si mesmo”.

Enquanto a Guerra Fria se desenrolava, o mundo era como uma zona de cultivo, onde a União Soviética semeava com prazer suas sementes de discórdia social e desinformação para espalhar mais profundamente sua ideologia totalitária.

Segundo Legutko, sob a visão liberal-democrática moderna, professada por centenas de milhões, “o sistema político deve abranger todas as partes da vida pública e privada”, estendendo-se a todas as esferas da sociedade, incluindo “ética e costumes, família, igrejas, escolas, universidades, organizações comunitárias, cultura e até sentimentos e aspirações humanas”.

Independentemente da forma política externa, a verdade é que o mundo inteiro foi vítima da disseminação de uma crença coletiva, enraizada nas origens do comunismo. Trata-se de uma crença na destruição da própria crença – e, através dela, na destruição da crença na bondade e nos direitos do homem comum.

Os pontos de vista expressos neste artigo são as opiniões do(s) autor(es) e não refletem necessariamente a opinião da Epoch Times

Phonte: Epoch Times

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