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quinta-feira, 20 de abril de 2017

Vidas muçulmanas são mais importantes do que vidas cristãs?


Presidente sírio Bashar al-Assad

Paul Bremmer

O mundo ficou horrorizado na semana passada com imagens das vítimas de um alegado ataque de gás sarin em civis na Síria. O presidente Trump ficou tão chocado que mudou de opinião sobre o presidente sírio Bashar al-Assad, ordenando um ataque de mísseis Tomahawk contra um campo de aviação sírio.

Dias mais tarde, homens-bombas mataram 44 pessoas e feriram 126 em duas igrejas cristãs no norte do Egito no Domingo de Ramos. O serviço noticioso Associated Press chamou esse atentado de “o dia mais mortal para cristãos em décadas.”

Mas não houve nenhuma resposta militar dos Estados Unidos; num tuíte, Trump disse que os EUA “fortemente condenam” o atentado, pelo qual o ISIS assumiu a autoria.

Leo Hohmann, jornalista veterano do WND, assistiu ao noticiário da Fox News o dia inteiro no domingo e viu muito mais cobertura ao ataque sírio de gás, o qual havia ocorrido dias antes, do que ao atentado a bomba em igrejas cristãs no Egito, o qual havia acontecido na manhã de domingo. Aliás, a sensação que ele teve foi de uma disparidade de cobertura de dez a um.

“É interessante que quando cerca de 80 muçulmanos sunitas foram mortos por Assad, o mundo inteiro dá atenção a isso,” Hohmann disse para Jesse Lee Peterson durante uma participação recente no programa de rádio de Peterson. “Dezenas de cristãos são massacrados todos os dias no Oriente Médio, e nunca vemos nada noticiado. Então dá para supor que no Oriente Médio só ‘vidas muçulmanas são importantes.’ Vidas cristãs não são importantes.”

Hohmann, autor do livro “Stealth Invasion: Muslim Conquest Through Immigration and the Resettlement Jihad”(Invasão Sorrateira: Conquista Muçulmana por meio da Jihad da Imigração e Reassentamento), apontou para o fato de que Assad não massacra cristãos diariamente; em vez disso, ele permite que os cristãos adorem a Deus e cuidem de suas vidas livremente na Síria. Por esse motivo, Hohmann não apoia nenhuma campanha para derrubar Assad do poder.

“O governo de Assad tem seus problemas como todos os governos no Oriente Médio,” ele disse. “É uma ditadura; não vemos nenhuma democracia de estilo americano no Oriente Médio. Mas pelo menos sob o senhor Assad é uma ditadura secular, o que significa que ele não está nem um pouco preocupado com quem você adora ou como você adora, enquanto você não tentar minar seu governo.”

Ele comentou que Assad é um muçulmano xiita secular que protege os cristãos sírios da agressão muçulmana sunita.

Hohmann pensa que Trump cometeu um grande erro ao atacar o governo de Assad. Ele comentou com desgosto que Trump havia anteriormente indicado que ele queria ajudar o governo de Assad a sufocar a rebelião sunita na Síria, mas ele pareceu dar uma volta de 180 graus depois de ver fotos do ataque. Hohmann suspeita que Trump está dando atenção a vários fornecedores de maus conselhos sobre a Síria, inclusive o secretário de Estado Rex Tillerson, o assessor de segurança nacional H.R. McMaster e seu genro Jared Kushner.

Na mente de Hohmann, Assad não é a maior ameaça à Síria e a região vizinha. Ele é um ditador secular que não impõe a lei islâmica, e a lei islâmica é o que ameaça a vida dos cristãos no Oriente Médio.

“Esses rebeldes usam nomes diferentes, mas não se engane: todos eles são muçulmanos sunitas submissos à lei islâmica. Eles gostariam de estabelecer um Estado religioso com base no islamismo sunita e no Corão, e sabemos o que isso significa para os cristãos,” Hohmann alertou. “É estação de caça aos cristãos logo que chega esse tipo de governo. 

É o que aconteceu no Iraque. É o que acontecia na Síria até que um golpe militar derrubou [o governo islâmico]. É o que aconteceu na Líbia, e é o que aconteceu em todos esses países da Primavera Árabe em que Barack Obama e Hillary Clinton tentaram entrar e estabelecer um governo religioso sunita apoiado pela Irmandade Muçulmana. Os cristãos são mortos e os sunitas ganham poder.”


Hohmann reconheceu que Trump não se confessou como globalista nenhuma vez em sua campanha, mas depois do ataque à Síria o status dele como um homem de mentalidade independente está em dúvida. Se Trump tentar derrubar Assad e instalar um novo líder na Síria, ele não é realmente diferente de George W. Bush, na opinião de Hohmann.

“Se esse ataque é um ataque isolado, significando que os EUA bombardearam aquela instalação para enviar uma mensagem para Assad — não só para Assad, mas também para outros ditadores do mundo — de que eles não podem usar essas armas químicas — se esse foi o único propósito do ataque, não criticarei demais o presidente por lançá-lo,” Hohmann para Peterson

“Contudo, se esse é o começo de uma guerra prolongada contra Assad em que os EUA tentarão derrubar o governo desse país para colocar outro governo, como os EUA já fizeram com resultados desastrosos no Iraque, então penso que podemos dar um beijo de despedida neste governo Trump em termos do que vamos ver, em termos de política externa. 

Vamos ver os radicais muçulmanos sunitas ganhando mais e mais poder no Oriente Médio, e espero que esse não seja o caso. Espero que seja um ataque isolado, para enviar uma mensagem.”

Traduzido por Julio Severo do original em inglês do WND (WorldNetDaily): “Muslim lives matter more than Christians”

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