Unico SENHOR E SALVADOR

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sábado, 17 de setembro de 2016

O sábado foi trocado pelo domingo como dia de adoração por Constantino por causa do paganismo?


A igreja Adventista é conhecida principalmente por ter o dia de sábado como o principal dia de adoração e descanso semanal, realizando seu culto principal no sétimo dia da semana. 

Acusam os cristãos que fazem do domingo o seu dia de adoração e descanso, de seguirem uma mudança feita por Constantino e por Roma papal. Os adventistas utilizam Dn 7:25 como profecia sobre todo esse processo de mudança do dia de adoração que o Papado fez[1] .

O meu ponto de vista é que o imperador só fez oficializar o que já era praticado inclusive na época dos apóstolos, no chamado Dia do Senhor, vejamos as passagens bíblicas que mostram essa idéia:

“Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco.” 
João 20:19.

“E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar;” 
Atos 2:1

“E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e prolongou a prática até à meia-noite.” 
Atos 20:7

“Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar”. 
1 Coríntios 16:1,2.

“Eu fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta”. 
Apocalipse 1:10.

Os adventistas contestam que a expressão Dia do Senhor significa o “futuro dia escatológico do Senhor” e não “dia consagrado ao Senhor”[2]. Vejamos então o que o Dicionário Bíblico Wycliffe (2012, p. 551) diz sobre o Termo:

A origem da expressão “dia do Senhor” pode ser rastreada e identificada por sua associação com o dia da ressurreição de Cristo. Esse termo também foi marcado pela aparição de Cristo aos discípulos em um domingo (Jo 20.26) e pela descida do Espírito Santo no primeiro dia da semana (At 2.1)

O Domingo na era patrística

Encontramos uma citação importante de Justino Mártir da meados do século II que mostra como os cristãos já se reuniam aos domingos, antes de Constantino ou da Roma Papal:

“E, no dia chamado domingo, todos que vivem nas cidades ou nos campos se reúnem em um só lugar, e os relatos dos apóstolos ou os escritos dos profetas são lidos conforme o tempo permite; então, depois que o leitor termina sua leitura, o que preside instrui verbalmente e exorta à imitação dessas boas coisas”. (Kostenberger, 2014, p.180)

O adventismo diz que não há nenhuma citação bíblica neotestamentária para aplicar o 4º mandamento ao domingo, mas podemos argumentar que a doutrina da Trindade ou a teoria tricotômica do homem também não têm, mas são inferidas dos textos bíblicos. Além do mais, não há nenhuma prescrição do Concilio de Jerusalém para que as igrejas gentias guardassem o sábado. (At 15. 23-29). [3]

A heresia da Igreja Judaizante

Fora do judaísmo sectário que surgiram as primeiras heresias cristãs. De acordo com os pais da Igreja, Simão o Mago, foi o mentor de todas essas heresias. Simão é identificado como aquele mesmo de Atos 8.9-25. O Ebionismo também foi outra heresia que surgiu na Igreja tendo origem judaica, provavelmente dos essênios.[4]

A disputa a cerca da autoridade do Antigo Testamento e a respeito da natureza da continuidade entre o judaísmo e o cristianismo foi a primeira disputa entre a igreja cristã nascente e o antigo judaísmo na busca por uma tradição[5].

Justino Mártir compôs o Diálogo com Trifão, contra o judaísmo, revelando a tendência da literatura de então em demonstrar para a audiência não judaica cristã, que a igreja, tinha se tornado a nova e a verdadeira Israel[6].

Ignácio nessa disputa, argumentou que os profetas tinham observado o domingo e não o sábado judaico[7].

Os primeiros cristãos insistiam que a Lei Natural precedeu a Lei de Moisés e o exemplo disso era que mulheres também davam a Luz no sábado. Diziam que a Providência que havia dado a Lei a Moisés agora dava o Evangelho de Jesus Cristo e que não queria que as práticas dos judeus continuassem[8].

Conclusão

Não quis, neste artigo, afirmar que quem usa o sábado como seu dia de descanso e consagração ao Senhor, esteja errado, talvez esteja até mais certo do que quem não o faz, mas quis deixar claro, que a Instituição do domingo como dia consagrado ao Senhor, foi uma decorrência advinda dos próprios atos de Jesus, que fez questão de utilizar o domingo em suas Aparições depois de ressuscitado, sendo que o mesmo ressuscitou em um domingo, fundando a própria igreja em pentecostes também no dia de domingo.

Os pais da Igreja relataram que os cultos cristão aconteciam no domingo, prática também mostrada no próprio Novo Testamento, nas cartas de Paulo, e que a própria Instituição oficial do domingo foi conseqüência natural da disputa que existia no começo da Igreja entre a ortodoxia e cristãos judaizantes que muitas vezes descambaram até para um tipo de agnosticismo.

Portanto, as alegações de Ellen White e de seus seguidores de que o dia de domingo foi uma pura substituição de um dia voltado à adoração pagã para acomodar o paganismo no seio da Cristandade não procede, e não procede mais ainda quando a Igreja adventista exagera tornando a consagração ao sábado como uma questão salvífica e escatológica como tenho visto por aí.

[1] White, 2007, p. 25.
[2] Wycliffe Bible Dictionary
[3] Ferreira & Myatt, 2007, p. 951.
[4] Jaroslav, 2014, p. 44-45
[5] Ibidem, p. 36
[6] Ibidem, p. 37
[7] Ibidem, p. 39
[8] (Or. Cels. 7.26 [GCS 3:177]) apud Jaroslav, 2014, p. 38

Referências

BIBLIA SAGRADA. Disponível em: https://www.bibliaonline.com.br/

JÚNIOR, Ribas Degmar. Dicionário Bíblico Wycliffe.11ª Impressão. CPAD. Rio de Janeiro: 2012

KOSTENBERGER, Andreas J. A heresia da ortodoxia: como o fascínio da cultura contemporânea pela diversidade está transformando nossa visão do cristianismo primitivo. São Paulo: Vida Nova, 2014.

Phonte: Ex-ateus

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